26/09/2013

Como as representações sociais dos professores determinam as suas práticas pedagógicas

Professora de inglês que já trabalhou em escolas públicas e particulares (0:20)

A investigadora, em 2006, estudou representações sociais dos professores de inglês, em Teresina, capital do Piauí, Brasil. Testou a seguinte Hipótese: H1 - Os professores mudam a forma de ensinar de acordo com os alunos que encontram, distinguindo as escolas públicas das privadas (0:40)

Questão de partida: Quais as representações dos professores relativamente aos alunos nas escolas públicas?

Amostra: De 30 professores contactados, 25 responderam a um questionário (1:00)

Concluiu que H1 era verdadeira, isto é, que os professores efectivamente mudavam a forma de ensinar das escolas públicas para as privadas (2:30)

Os professores de inglês representam o aluno da escola pública como um aluno que tem vários défices: défice cognitivo, défice cultural, défice alimentar, alunos sem motivação... (2:55) portanto não dão todos os conteúdos propostos, porque acham que se avançarem mais, os alunos não vão conseguir aprender, isto é, não conseguem interagir com o professor naquele conteúdo (3:44)

Identificou um habitus professoral da escola pública: não dão todos os conteúdos, dão conteúdos “desconectados”, fazem uma actividade qualquer para passar o tempo da aula não exercendo a sua função adequadamente (5:00). A própria escola é conivente com esta situação... não há um acompanhamento pedagógico eficiente... a duração das aulas é diminuída, o professor demora a entrar na sala de aula, os alunos saem antes da hora (6:10) ... a escola não tem um compromisso com o ensino (6:55)

Os pares (dos professores e dos alunos) são desmotivados, às vezes “descompromissados” por agirem desta forma em sala de aula (7:00)

Nas conclusões finais, a investigadora entendeu que as pessoas (alunos e professores) não agem desta forma intencionalmente, mas é o próprio sistema, a forma como vêm o Mundo, organizado em grupos com diferente poder de compra que as leva a sentirem-se marginalizadas (7:15)

A investigadora considera interessante a teoria da humilhação, propondo-se relacionar esta teoria com o quotidiano escolar num estudo posterior, ao nível de Doutoramento (8:15)

Os alunos precisam de ter maior autoestima, que lhes reconheçamos maior dignidade, para que eles consigam conquistar um lugar ao Sol (9:00).

1. Mostre como o habitus professoral conduz inconscientemente os professores das escolas públicas a práticas pedagógicas menos selectivas.

2. “Os alunos precisam de ter maior autoestima”. Comente, relacionando a autoestima com o empenhamento no trabalho escolar.

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